sexta-feira, 20 de novembro de 2009

" POEMAS DE ÁLVARO FILHO " ( SEM NÚMERO )

EU AQUI.
SONHO QUE MORRO, MORRI.
É NÃO TER MELHOR COISA PRA DEIXAR PRO FILHO.
É NÃO TER MESMO.
A PIPOCA É DO CARIOCA, A PRAIA DO REI, O TEMPO ESTÓRIA.
E EU CANSADO.
SEMPRE.
DE VIVER CANSADO.
O POEMA MAIS LINDO É AQUELE NÃO ESCRITO, QUE NUNCA SERÁ,
ELE É O BONITO.
E ESTE CHEIRO DE ÁGUA MOLHADA?
FOI POR NÃO TER OLHOS QUE VIU?
E SORRIU?
AH PARE! SIMPLESMENTE PARE!!! DE SER...
SEJAS TUDO E NADA, É O MÁXIMO.
O QUE É SER TUDO?
E O SER NADA RESPONDE:
SOU TUDO, QUERO MAIS NADA.
VOU PRA LUZ, PERTO DA SOMBRA, DO CEMITÉRIO DA CRUZ.
UMA CRUZ PRETA PINTADA PELA CHUVA E O VENTO DO RISCO
DA OUTRA SOMBRA DITA POR SEI LÁ QUEM E QUE NÃO
INTERESSA POR SER ZÉ NINGUÉM.
GOSTO DE ALGUNS ZÉ NINGUÉNS.
SÓ PRA BEBER.
BEBER E CANTAR E MORRER.
É A VIDA. MELHOR NÃO HÁ.
OU TEM VIDA MELHOR QUE A QUE SE MORRE?
DUVIDO!?
VÃO MORRER COM DEUS.
ALGUNS VÃO MORRER COM O DIABO.
COM ESSES NÃO BEBO. NUNCA MAIS.
NÃO POR ELES ESTAREM COM DIABO, NÃO TENHO MEDO DE DIABO,
É QUE ELES JÁ MORRERAM, EU VIVO.
O QUE FAZER?
É A VIDA.
E A MINHA NÃO VAI QUERER MORRER,
EMBORA EU QUEIRA, QUASE SEMPRE.
MAS NÃO ANTES DO ALMOÇO.
TODOS ALMOÇAM ANTES DA MORTE,
DEPOIS É BATOM.

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